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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cap 1 -

"Insanidade é continuar a fazer o que você sempre fez, desejando obter resultados diferentes..." de Monge e o Executivo


Ele andava sem rumo pela cidade tentando apenas esquecer os tristes pensamentos que lhe aflingiam, mas a tristeza e a depressão lhe tiravam qualquer força de ação contra seus pensamentos. Mudar é o que ele queria. Ele odiava tudo que era, reclamava de seu corpo, do próprio jeito de pensar, da timidez, e de sua dificuldade em se relacionar; odiava tudo que era e abominando por essa fraqueza mental que lhe foi concedida, ele não mudava algo que detestava: Ser um inutil e impotente jovem.

Ele se chamava Kassio, e pouco aparentava ter seus 16 anos pois sua face juvenil enganava a todos os outros. Seus olhos castanhos observavam fixamente para o chão enquanto andava, tentando decifrar o caminho a seguir apesar da visão embaçada pelo lacrimejar de seus olhos. Suas mãos se fechavam em um tom de fúria, e entorpecido por essa cólera ele desferiu um inusitado soco na parede de madeira de uma obra em construção.

Divagando, Kassio foi se perdendo em seus pensamentos, e nesse mundo paralelo a noção do tempo era vaga. Pela primeira vez andará tão longe na cidade, longe o suficiente para não reconhecer as casas, lojas, ou qualquer lugar conhecido. Tudo estava mudado; o tom cromatizado da cidade devia ter se perdido em algum momento de sua caminhada. As casas descoloridas davam um tom assustador ao lugar, a péssima iluminação não o protegia do tom sombrio da noite, e o odor repugnante o dava uma imensa ânsia de vômito. E desse lugar repugnante, uma voz inesperada apareceu: ‘’Sai daqui!’’, ‘’Esse mundo não te pertence’’, ‘’Você só atrapalha’’, ‘’Voce é estanho’’, ‘’Impotente!’, ´´Monstro!´´. Isto fez com que seu sangue começou a pulsar cada vez mais rapido, as batidas de seu coração tomaram um ritmo intenso, gotas frias de suor brotavam de sua testa, suas pernas tremiam; e, neste estado de pânico, começou a correr desesperadamente, tentando fugir de onde ele achava que o autor das palavras estava. Mas as palavras voltavam a martelar em seu ouvido independente de onde ia. Em sua fuga deseperada, as casas à volta transfiguravam-se em formas retangulares, cinzas e sem vida. A luz fraca transformava sua sombra em um caçador oportuno. O ar fétido que entrava pelas suas narinas era abafado e penetrava em seu pulmão. No meio ao pânico, as vozes tornavam-se mais altas e constantes. “Inútil”, ouviu, "Acha que vai mudar algo?”, “Tu não comanda, tu obedece”.

- SAAAAAIIIIIIIIIIIII !!!!!!! – Gritou Kassio, que com esse grito, ficou mudo. A saliva se esvaiu de sua boca. O tato de sua mão desaparecia, não sentia nada. Ficou surdo. A visão se embassou, até que numa escuridão total ele apagou.

Alexandre (Xedar)

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