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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Peças


Num teatro fingido comecei. Te olhava nos olhos, fitava a boca, sorria cheio de tesão e jurava amor eterno. Nesse rala e rola incrível caretas expressivas saiam.

Nesse teatro fingido me apeguei. Olhares de excitação se misturavam com os de compaixão; fiquei confuso.

Queria-te, mas negava. Gostava-te, mas não arriscava. Amava-te, e por ai parara. Terminei. Terminei o teatro, terminei os olhares pouco profundos, terminei com as caretas e terminei com a falsidade. Acabei com a peça.

Te bati, julguei e rotulei. Me afastei de você. Meu ódio cresceu. Não te queria perto de mim, não podia te ter longe de mim. Não queria mentir, não tinha forças para falar a verdade. Não tinha coragem de te abraçar, sabia que iria me apaixonar. Desisti e pra sempre iria mentir.

De um palco fui pra outro. A nova peça começava e mais uma pessoa entrou na platéia; coitado, mais um ator sem ardor.

Alexandre (Xedar)

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